Evento Gartner - Integração de Aplicativos e Serviços na Web
Na próxima semana , nos dia 14 e 15 de abril , será realizado o evento Gartner - Integração de Aplicativos e Serviços na Web
É uma ótima oportunidade para acompanhar e se atualizar quanto as novas tendências no desenvolvimento e integração de aplicativos na Web.
Para você ter uma idéia sobre as atuações do grupo Gartner segue abaixo uma transcrição de um artigo publicado no jornal - O Estado de Minas - sobre as previsões do grupo. Embora as previsões sejam para o ano de 2003 você perceberá que muitas são válidas para os dias atuais.
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Previsões do Grupo
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< Gartner para 2003 > |
O Grupo Gartner, entre outras tarefas,
ocupa-se de fazer previsões. Ao contrário dos astrólogos, videntes e
quejandos, as previsões Gartner se caracterizam pelo cuidadoso estudo de
mudanças e tendências identificadas em algumas áreas de interesse e por
isso são bastante respeitadas pelos executivos. No final de 2002 o Grupo
Gartner efetuou cerca de trezentas previsões para 2003 sobre a tecnologia
de informação, um importante segmento da economia mundial. Em 31 de
dezembro passado publicou um documento com as dez que considerou mais
relevantes. Aqui vai um resumo delas, seguida de alguns comentários desse
humilde mas atento escriba.
Gartner informa que as previsões representam as dez mudanças mais significativas que ocorrerão em 2003. Algumas terão um impacto crescente nos anos seguintes, enquanto os efeitos de outras se dissiparão assim que a economia recuperar sua saúde. Para cada previsão, Gartner fornece algumas recomendações. Então vamos a elas. 1) Mesmo depois da recuperação da economia americana, as empresas da área da tecnologia da informação, grandes e pequenas, continuarão a sofrer os efeitos da desaceleração, já que o aumento da demanda resultante desta recuperação não será suficiente para mantê-las todas no mercado. A tendência de consolidação do mercado em um número menor de empresas não apenas continuará como também se acelerará. Grandes mudanças de estratégia causarão o aparecimento de novos líderes em certos segmentos que alguns participantes tradicionais abandonarão. Muitos dos maiores e mais conceituados nomes da indústria estarão entre aqueles que serão absorvidos ou desaparecerão em 2003, inclusive um grande fabricante de discos rígidos. Gartner recomenda aos clientes se precaverem contra o desaparecimento de parceiros estratégicos desenvolvendo planos de contingência e incluindo em seus contratos cláusulas de rescisão para proteger seus interesses. 2) A engenharia de software consolidará a
estratégia SOA (“Service Oriented Architecture”), baseada no
desenvolvimento de código reutilizável cujo acesso se dá através de uma
interface única, encapsulada. Isso assegurará o aproveitamento do código
existente, desde COBOL até as linguagens de programação orientadas para
objetos, o que promove a independência de plataformas enquanto garante a
interdependência entre programas, aplicativos e empresas. Em 2004, setenta
porcento das 2000 maiores empresas em âmbito mundial experimentarão de
alguma forma os “web services” apesar de alguns tropeços espetaculares no
que toca à segurança – que, no entanto, não chegarão a reverter sua
tendência de disseminação. Em 2006, sessenta porcento das vendas do
comércio eletrônico serão geradas usando web services como parte da
transação. Gartner recomenda às empresas que desenvolvem internamente
algum software que passem imediatamente a se inteirar dos detalhes visando
a implementação da SOA, SODA (“Services Oriented Development of
Applications”) e web services. 3) Em 2003 e 2004 muitas das iniciativas
empresariais baseadas na comunicação sem fio redundarão em fracasso, tanto
no que toca à telefones celulares quanto a outros dispositivos móveis. A
adoção em massa desses serviços permanecerá inibida devido a fatores de
ordem cultural e social, falta de “massa crítica” e outros. Apesar de
atingir uma infra-estrutura de suporte adequada no segundo semestre de
2003, o protocolo WAP 2 (“Wireless Application Protocol”) será usado por
apenas cinco por cento dos usuários em escala mundial. Gartner recomenda
que os usuários examinem com olhos críticos os planos de negócios que
incluem essas tecnologias e se assegurem que não são demasiadamente
otimistas. 4) As empresas que fornecem suporte
telefônico estimularão seus clientes a recorrer cada vez mais ao
atendimento automático (“self-service”), mais barato, afastando-os do
atendimento humano. Para incentivar a migração, em 2007 cerca de trinta
porcento das chamadas a “call-centers” solicitando suporte serão atendidas
secretamente por técnicos que simularão atendimento automático sem deixar
que o cliente perceba sua ação. Esse “serviço secreto” será usado sempre
que a ajuda de um técnico for indispensável. Isso permitirá às empresas
dispensar pouco a pouco o atendimento humano até a automatização total do
suporte. Gartner recomenda que as empresas procurem identificar as
categorias de suporte passíveis de atendimento automatizado e nelas
implementem esse tipo de serviço, buscando identificar falhas e dando
especial atenção ao fator humano, inclusive recorrendo ao “serviço
secreto” para reconquistar os clientes frustrados com o atendimento
automatizado. 5) A terceirização dos serviços de
tecnologia da informação no exterior se ampliará, acarretando efeitos
positivos e negativos. Empresas sediadas em regiões de alto custo
operacional, como Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão, contratarão
mão de obra mais barata em países como Índia e Rússia, que oferecem um
sistema educacional de boa qualidade, grandes populações e estruturas de
suporte adequadas. Até 2006, mais de oitenta por cento das grandes
empresas americanas e européias ocidentais cogitarão seriamente usar esses
recursos e mais de quarenta por cento efetivamente recorrerão a eles em
algum nível. Apesar da economia que implica, a terceirização poderá
redundar na perda de conhecimento e pessoal especializado nas empresas,
comprometendo metas futuras. Os países fornecedores de mão de obra
especializada experimentarão maiores níveis de emprego, crescimento da
renda e arrecadação de impostos e maiores salários para os profissionais
da área, benefícios que se refletirão em toda a sociedade, enquanto as
partes do mundo que terceirizarão os serviços da área de tecnologia de
informação sofrerão uma redução no saldo da balança comercial, menores
oportunidades de emprego e perda da competitividade. Gartner recomenda às
empresas que pretendem terceirizar serviços no exterior que procurem
selecionar os empregados que irão manter, para preservar a competitividade
e reter conhecimento. 6) As decisões na área da tecnologia da
informação serão tomadas cada vez mais pelos departamentos comerciais e
administrativos das empresas em detrimento dos departamentos de
tecnologia. As principais razões para isso são: a tecnologia da informação
vem se tornando cada vez mais importante na consecução de objetivos
comerciais, os departamentos comerciais e administrativos perceberam o
peso representado pela área da tecnologia da informação no orçamento da
empresa e o pessoal da área da tecnologia de informação desfruta de
credibilidade cada vez menor dentro das empresas. Em conseqüência dessa
mudança do eixo de tomada de decisões, os maiores investimentos em capital
e trabalho de 2003 serão em projetos táticos, de curto prazo. À longo
prazo, sessenta porcento dessas decisões de ordem tática resultarão em
aumentos dos custos da empresa devido à falta da visão estratégica.
Gartner recomenda que a área da tecnologia de informação das empresas
identifique os sistemas e aplicativos de maior relevância e demonstre sua
importância e valor para os demais departamentos. 7) A vulnerabilidade dos dispositivos
móveis e sem fio será a principal ameaça à segurança das corporações.
Esses dispositivos cada vez mais armazenam valiosas informações
corporativas e têm acesso aos sistemas de informação das empresas. Não
obstante, poucos deles dispõem de proteção adequada contra acesso não
autorizado. As soluções atualmente disponíveis não são suficientes e,
cientes dessas fraquezas, os hackers tentarão explorá-las. Pelo menos
cinco porcento das empresas nos principais segmentos industriais são
vulneráveis e poderão sofrer ataques em 2003. Gartner recomenda instruir
os usuários sobre essas vulnerabilidades, adquirir um conjunto de
ferramentas para melhorar o nível de segurança de dispositivos móveis e
sem fio e restringir tanto quanto possível seu acesso a dados e sistemas
críticos. 8) As expectativas, o comportamento e as
limitações dos artefatos comuns, usados no dia-a-dia, mudarão na medida em
que eles se tornarem objetos “inteligentes”. Essa tendência se manifestará
já em 2003, quando componentes pequenos e baratos passarão a ser
incorporados aos objetos de uso diário, permitindo que eles reajam ao
ambiente de forma mais inteligente. Sistemas micro-eletromecânicos (MEMS)
incorporarão minúsculos sensores, acionadores e elementos computacionais
que ensejarão esse comportamento e eventualmente se tornarão presentes em
virtualmente todas as categorias de produtos industriais, especialmente na
área da saúde, onde serão desenvolvidos aparelhos para tratamento de
enfermidades “embutidos” no corpo do paciente. Além dos MEMS, dispositivos
de identificação por rádio freqüência (RFID) permitirão acompanhar a
trajetória de certos artefatos desde a fábrica até o ferro-velho.
Dispositivos RFID substituirão a identificação por código de barras e, em
vez de serem estampados na embalagem que é descartada após a compra, serão
incorporados ao produto, permitindo o acesso às informações durante toda
sua vida útil. Os preços dos RFID já baixaram o suficiente para que eles
se integrem a um número substancial de objetos corriqueiros já em 2003. Em
2012 pelo menos metade dos objetos e sistemas existentes no interior de
uma residência se comunicarão através de uma conexão sem fio que
transmitirá no mínimo sua identificação e estado. Gartner recomenda: às
empresas de desenvolvimento de tecnologia da informação que fiquem atentas
às oportunidades de desenvolver sistemas e serviços baseados na
possibilidade de localizar e identificar produtos por RFID; às indústrias,
que passem a usar a RFID para monitorar a qualidade de seus produtos e
aprimorar seus serviços; aos fabricantes de produtos industriais que
procurem determinar os anseios dos consumidores e do mercado, buscando
satisfazê-los de forma pioneira incorporando MEMS a seus produtos; e, aos
investidores, que procurem investir em áreas que possam ser beneficiadas
com a proliferação dos objetos “inteligentes”. 9) À despeito do entusiasmo excessivo que
cerca a padronização de serviços através dos web services, os fornecedores
de soluções corporativas continuarão prendendo a clientela com suas
estratégias proprietárias. Por mais que os sistemas corporativos sejam
concebidos de forma compatível com os web services e os aplicativos venham
a recorrer a eles para exibir os resultados através de uma interface comum
que adota os protocolo SOAP (Simple Object Access Protocol) e XML (eXtensible
Markup Language) para padronizá-los e garantir interoperabilidade, as
extensões, “add-ons” e implementações exclusivas continuarão a ser
utilizadas, impedindo que um projeto desenvolvido para uma plataforma
possa ser facilmente migrado para outra. Por maior que seja a padronização
e interoperabilidade, sempre haverá mecanismos ligados ao servidor de
aplicativos que não fazem parte da interface e que variarão de um
fornecedor para outro. Gartner recomenda aos desenvolvedores de web
services que examinem detalhadamente as funções e características de cada
plataforma para identificar potenciais fontes de dependência exclusiva do
fornecedor, evitando-as quando possível. 10) Os fornecedores externos de serviços (ESP) não serão capazes de responder ao aumento da demanda com a rapidez necessária quando a economia mundial se recuperar. Para fazer face à época atual de vacas magras, eles dispensaram pessoal demais e com isso perderam a massa crítica necessária para suportar a futura demanda da economia recuperada não apenas em termos de força de trabalho mas, sobretudo, porque os elementos chave, que detêm conhecimentos essenciais, não estarão mais disponíveis. E simplesmente admitir pessoal não será suficiente: decorrerá um tempo razoavelmente longo até que as pessoas certas estejam nos lugares certos. Gartner recomenda aos clientes cujos projetos críticos dependem de fornecedores externos de serviços que mantenham os vínculos com seus fornecedores atuais através de contratos que garantam a retomada imediata dos serviços e que procurem manter em seus quadros um mínimo de pessoal experiente e capaz. As previsões, como vocês vêem, interessam mais ao mundo corporativo que aos usuários, meros mortais como nós. É claro que elas devem despertar um interesse nada desprezível naqueles cujo sustento dependem do salário que recebem das corporações. Mas seja com for, os breves comentários seguintes sobre cada uma das previsões exprimem apenas o ponto de vista do usuário. A redução do número de empresas não é uma boa nova para nós. Resulta em
menos concorrência, o que implica preços maiores e, eventualmente, pior
qualidade (nada como uma boa disputa de mercado para apurar a qualidade,
seja do hardware, seja do software). Mas o fenômeno virá em escala mundial
e não há muito o que fazer senão se preparar para ele. Para os usuários
tupiniquins, que devem converter para reais os aumentos de preço em dólar,
a dor será ainda mais aguda na parte mais sensível do corpo: o bolso. A mudança do eixo da tomada de decisões
nas grandes empresas interessa quase que exclusivamente às corporações.
Aos usuários, caberá apenas assistir e sofrer: quando burocratas passam a
tomar decisões em detrimento dos técnicos, raramente o cliente é
beneficiado. O início da popularização dos objetos inteligentes será efetivamente o sinal que, afinal, aquele tipo de futuro dos filmes de ficção científica está chegando. Eles são o resultado da conjugação de diversas tecnologias que tornaram os circuitos integrados menores, mais baratos e com um irrisório consumo de energia. No início, graças aos RFID, serão passivos e apenas fornecerão informações como localização, estado e identificação. Mais adiante, com a popularização dos MEMS, os objetos inteligentes se tornarão ativos. Então as possibilidades serão literalmente infinitas. Irão desde roupas “inteligentes” que regularão a temperatura e umidade mantendo-as sempre nas condições ideais de conforto até óculos com dispositivos de reconhecimento de fisionomia embutidos nas hastes, que toda vez que entrar em nosso campo de visão um daqueles chatos que a gente conhece mas não lembra de onde, consultarão bancos de dados e nos informarão o nome e dados importantes sobre o sujeito. E chegará o dia em que as bonecas feitas à imagem e semelhança de famosas cantoras e apresentadoras de televisão serão inteligentes. As bonecas, bem entendido. As duas últimas previsões interessarão mais às corporações que os usuários. Quanto à briga pela plataforma preferencial, é bom que fiquemos atentos à luta ciclópica que se travará entre os padrões Java e ponto-net, torcendo para que nenhum deles saia vencedor, pois enquanto estiverem brigando, mais opções teremos todos. Já quanto à dificuldade que terão os ESP de prover a demanda de serviços, é torcer para que quando eles estiverem lutando pela retomada, alguma coisa venha a sobrar para os países em desenvolvimento. Porque por aqui também a coisa anda preta...
URL: http://www.bpiropo.com.br |
Vale a pena conferir e participar...
José Carlos Macoratti