Diagramação de software - D.F.D - II


No artigo Diagramação de software - D.F.D e D.E R - Macoratti.net eu apresentei o conceito sobre DFD  - Diagrama de Fluxo de Dados -  e prometi voltar ao assunto. Pois bem, cá estamos...

Este artigo é na verdade uma compilação do assunto encontrado em vários artigos publicados na internet citados nas referências.

Hoje vou continuar o assunto a partir de onde paramos mostrando outros aspectos do DFD e sua utilização.

Um DFD  pode ser desenhado em vários níveis, dependendo da complexidade e grau de detalhamento do sistema. Pelo menos dois níveis ocorrem em qualquer sistema:

  1. Diagrama de Contexto

  2. Diagrama Nível 0

Quantos processos por nível podemos ter em um DFD ?

A regra de Miller indica de : 7±2

Até quantos níveis podemos ter ?

Para Sistemas simples: 2 a 3 níveis
Para Sistemas de médio porte : 3 a 6 níveis
Para Sistemas de grande porte : 5 a 8 níveis
 

DFD - O Diagrama de Contexto

O DFD é modelado em uma série de níveis, para que possa expor suas funções mais detalhadas em um sistema complexo, cada nível oferece mais detalhes que seu nível superior. 

O DFD de nível mais alto consiste em uma única bolha, representando o sistema inteiro; os fluxos de dados mostram as interfaces entre o sistema e as entidades externas, esse diagrama chama-se Diagrama de contexto.

DFD - Nível 0

O DFD imediatamente abaixo do Diagrama de contexto é conhecido como DFD nível 0, e representa a visão de mais alto nível das principais funções do sistema bem como as principais interfaces entre essas funções.

O detalhamento do Diagrama de contexto gera sub-bolhas que apresenta um maior detalhamento do sistema. Abaixo vemos o DFD nível 0 do diagrama de contexto :

Em suma o DFD Nível 0 é um detalhamento do Diagrama de Contexto, incluindo as mesmas informações daquele diagrama, acrescentando-se o detalhamento de processos, que operam sobre os fluxos de dados, e os depósitos de dados.

DFD - Nível 1

O próximo nível de detalhamento do DFD nível 0 chama-se DFD nível 1, que apresenta uma detalhes das funções ainda maior que seu nível superior. A numeração das bolhas depende da numeração da bolha do DFD de nível imediatamente superior, que descreve o relacionamento com tal bolha, esse tipo de pratica melhora na identificação e organização das funções do sistema.

Abaixo vemos o exemplo para o detalhamento do processo - Cadastrar Clientes - do DFD Nivel 0:

No DFD Nível 1 aplicam-se as mesmas regras do DFD nível 0, porém sua representação restringe-se ao detalhamento de um determinado processo daquele diagrama, apresentando o contexto com aquele nível (mesmas relações de entrada e saída representados no nível 0.)

Dicionário de Dados

O Dicionário de dados é a relação organizada de todos os elementos de dados pertinentes ao sistema, com definições precisas e  rigorosas que registra todos os fluxos de entrada e saída,  depósitos de dados, fluxos e depósitos de dados temporários.

Logo, em relação ao DFD o conteúdo de um dicionário de dados é composto por:

Assim o dicionário de dados é uma listagem organizada de todos os elementos de dados pertinentes ao sistema, com definições precisas e rigorosas para que o usuário e o analista de sistemas possam conhecer todas as entradas, saídas, componentes de depósitos e cálculos intermediários. A seguir temos alguns símbolos utilizados no Dicionário de dados e seus respectivos significados.

A seguir vemos um exemplo de utilização do Dicionário de Dados em um depósito de dados - DD:

Outros exemplos:

1- Exemplo da notação “{ }” ->  código_cartão = {número_válido}  / número_válido = [0-9]
2- Exemplo da notação de “[ | | ]”.   sexo = [F | M]
3- Exemplos de um item de dados elementar: sexo ,  numero_valido,  caracter_valido

Assim  temos que :

Lembre-se : "Sem o DD, tudo o que for modelado poderá ficar incompleto ou inconsistente."

A seguir algumas sugestões para a criação de DFDs:

Exemplo de um DFD de leitura difícil:

A construção de um DFD é um processo iterativo. Assim sendo, um DFD deve ser redesenhado várias vezes, de forma a garantir:

  1. A modelação adequada do sistema em estudo;

  2. A correção técnica;

  3. A estética agradável;

  4. A consistência interna e em relação a outros modelos utilizados, como DER, DTE, DD e especificação de processos.

Exemplo de um Diagrama de contexto e DFD Nível bem desenhados para um sistema de reservas :

1- Diagrama de contexto:

2- Diagrama de Nível 0 :

Nota: Dica de ferramenta para gerar o modelo e dicionário de dados:

SchemaSpy que é uma ferramenta gratuita baseada em Java (requer Java 5 ou superior) que analisa os metadados de um esquema em um banco de dados e gera uma representação visual em um formato legível pelo browser.

Ele utiliza um programa chamado Graphviz para gerar as representações gráficas dos relacionamentos das tabelas. Vale a pena salientar que ele permite que você clique através da hierarquia das tabelas através dos relacionamentos existentes entre as mesmas. O SchemaSpy possui suporte para vários bancos e utiliza o JDBC para extrair as informações do banco de dados.

João 12:25 Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.

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Referências:


José Carlos Macoratti